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Setúbal, 2011:
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por James Crowdhill e armado por Washington Bowie e John Kurtz, foi mandado parar pelo capitão Albine Réne Roussin (1781-1854), comandante da fragata La Gloire (2), um navio de 40 peças. O navio tinha partido de Setúbal carregado com sal e tinha como destino a Alexandria. A carga foi tomada pelos francesas e o navio foi afundado. Os armadors Bowie & Kurtz receberam 12 mil dólares da companhia de seguros, mas o navio valia o dobro e por isso apresentaram queixa.



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Dia 19 de Junho, 22h: o largo do Convento de Jesus (Praça Miguel Bombarda) está a abarrotar de gente. Quatro mil, cinco mil pessoas? Talvez mais. O panorama faz-me lembrar os tempos em que a Feira de Sant'Iago se realizava lá em baixo e uma menina do Montijo chamada Dulce Pontes encantava a multidão. Desta a feita a festa era outra, a da freguesia São Julião, mas aberta a toda a cidade. E o artista? Jorge Nice (foto de Rui Luna)! O artista nem precisou de cantar muito. Os setubalenses, setuvaleiros e visigodos já têm as letras na ponta da língua. A arena tem sido criticada desde os tempos em que foi construída, reinava Mata Cáceres no poder autárquico. Mas entre esta e a do Agrafo Gigante (auditório Zeca Afonso), prefiro a primeira, embora com uma reserva: o som das colunas não afectará a estrura do Convento de Jesus? Certo é que o bom setubalense não dispensa uma boa festa de Verão. É caso para dizer: Aua!
| PS | PPD/PSD | CDU | CDS | BE | |
| 1 | 114358 | 105965 | 82816 | 50660 | 29620 |
| 2 | 57179 | 52983 | 41408 | 25330 | 14810 |
| 3 | 38119 | 35322 | 27605 | 16887 | 9873 |
| 4 | 28590 | 26491 | 20704 | 12665 | 7405 |
| 5 | 22872 | 21193 | 16563 | 10132 | 5924 |
| 6 | 19060 | 17661 | 13803 | 8443 | 4937 |
| PS | CDU | PSD | BE | CDS | |
| 1 | 142626 | 84203 | 68740 | 58827 | 38378 |
| 2 | 71313 | 42102 | 34370 | 29414 | 19189 |
| 3 | 47542 | 28068 | 22913 | 19609 | 12793 |
| 4 | 35657 | 21051 | 17185 | 14707 | 9595 |
| 5 | 28525 | 16841 | 13748 | 11765 | 7676 |
| 6 | 23771 | 14034 | 11457 | 9805 | 6396 |
| 7 | 20375 | 12029 | 9820 | 8404 | 5483 |
A qualidade é coisa rara. Andamos tão desabituados de a ver que ficamos sem saber muito bem o que dizer quando a vemos. Foi o que me aconteceu quando tentei dizer ao José Lobo o que tinha achado do seu texto "Silêncios Rasgados". Eu sabia que o mundo interior dele era complexo e duro, mas ainda não tinha visto a prova. O texto do José Lobo serve de base à peça que a equipa do Teatro Estúdio Fontenova tem em cena por estes dias (de 13 de Maio a 5 de Junho (Quinta a Sábado) às 22h e Domingos às 17h) numa moradia desabitada (de finais do século XIX) do Bairro Salgado, mais precisamente na Rua Garcia Perez Nº 36. O tema, a violência doméstica, é retratado de forma cruel, quase grotesca, com todo o desconforto a que temos direito (e que somos convidados a não ignorar), que isto não é coisa para ser fácil de ver. Tudo é cru. Em cena fala-se do homem, do agressor, mas este nunca aparece senão de forma figurada. Fala-se de um homem que é ensaista. Ensaista de porrada. Ensaia tanto que a mulher torna-se múltipla, fala de si como se falasse de outra pessoa e ora abandona a casa ora volta por pena do marido (para desespero do público). A doença, a repulsa, o nojo, a náusea que a mulher-mãe-vítima sente e transporta, contamina a retina do espectador. Este é transportado de quadro vivo em quadro vivo, como se em cada assoalhada da casa vivessem ainda mulheres que não têm direito a ser felizes nem a ser mulheres. Percebi agora o óbvio: este texto funciona porque não é para ser lido. É, como está sendo, para ser interpretado em teatro. As histórias que ouvimos aqui são baseadas em vivências contadas por vitimas reais, fruto de entrevistas que o autor conduziu. O resultado dessas conversas foi esta peça, como podia ter sido um documentário ou uma reportagem. O resultado foi arte. Daquela arte que serve para reflectir e dar esperança. Arte que deve fazer sempre parte da nossa setubalidade. Deixo-vos com um pensamento da Inês Pedrosa, escrito noutro contexto, diferente do desta peça: "A violência é viciante, e não só para os que a exercem. Vicia também os que a sofrem, facilmente se torna uma forma de prazer, porque se confunde com a experiência do abismo, da vertigem, da entrega absoluta - e tanto mais quanto mais precoce for a iniciação."