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domingo, 14 de novembro de 2010

Vocalista dos Roxette resgatada em Tróia


Nada como um título um tanto ou quanto enganoso para servir de isco a peixinhos-leitores. Mas já que cá está aproveite para dar à costa na Tróia do século passado. Foi lá, em 1999, que os Roxette gravaram um clip de vídeo assinado pelo famoso realizador sueco Jonas Åkerlund, autor de “Smack my Bitch” dos Prodigy e “Ray of Light” de Madonna.

O tema é o "Anyone" e o vídeo conta a história de uma mulher que vai visitar o sítio onde conheceu o amor da sua vida e no fim acaba por tentar o suicídio nas águas do Sado sem que nenhum golfinho a valha. Quem toma conta do recado são os Bombeiros Voluntários de Setúbal que resgatam o corpo da vocalista dos Roxette, Marie Freddrikson, levando-o para dentro da ambulância.

O clip é uma recordação de alguns sítios de Tróia, antes da demolição das torres. E ao som de uma bela música. Vale a pena ver.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Just as long as we stand tall

Para quem não teve oportunidade de ouvir Sierra Hurtt na sua passagem por Setúbal, aqui fica a sua interpretação de "We Can Do Anything", tema de Mikkel Solnado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

José Hermano Saraiva em Tróia (e a pedir de volta um livro emprestado)


O "Setubalidades" soube que o historiador José Hermano Saraiva vai estar na península de Tróia, em breve, para gravar mais um episódio do seu programa televisivo "A Alma e a Gente" (RTP, sábados, 19h30). Apesar da sua frágil saúde e da sua avançada idade (91 anos!) o professor continua a presentear os telespectadores com os seus improvisos verbais e sabedoria.

Já perdi a conta às vezes que Saraiva passou a revista a Setúbal e arredores, marcando a minha setubalidade e juventude com as suas narrações. A última, se não estou em erro, foi em Junho, quando passou na televisão um episódio de 25 minutos gravado no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão. Começando com a sua frase habitual "caros telespectadores" e gesticulando com a duas mãos abertas em frente ao ecrã, Saraiva dá uma breve biografia do poeta Sebastião da Gama, lê alguns poemas e chega mesmo a fazer um pedido invulgar: que alguém lhe devolva um livro colectivo raro, com poemas de Sebastião da Gama, que emprestou no século passado!"É um tesouro, Alguém mo pediu emprestado e eu eu nessa altura era muito novo e ainda emprestava livros. Livro emprestado, é livro perdido. Nunca mais ninguém mo deu... Alguém o há-de ter visto, tem pregos na capa. Peço a alguém que saiba do seu paradeiro que me dê notícias dele!", suplica o comunicador nonagenário.

Em Setembro de 2008, o episódio versou sobre Setúbal. O programa é interessante e mostra alguns sítios com história (e histórias) que vale a pena visitar: a Casa das Quatro Cabeças, o Convento de Jesus e as pinturas quinhentistas, o Museu do Trabalho, a Casa do Bocage, a Casa do Corpo Santo (Museu do Barroco), fortaleza e sanatório do Outão, a Arrábida e o Sado. Vale a pena espreitar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Lisnave em Dia de Finados

Em Dia de Finados relembro aqui o triste caso do homem que morreu electrocutado há poucos dias na Lisnave, em Setúbal. O trabalhador estava a receber tubos na doca quando precisou de afastar um cabo. Essa acção seria a última que faria em vida, pois sofreu uma descarga fatal.

O acidente em si poderia passar como apenas um acidente. Mas as acusações dos sindicatos são graves. Demasiado graves para que nos deixemos anestesiar pela indiferença habitual do "mais-uma-morte".

Diz, em comunicado, o sindicato dos metalúrgicos:
Os trabalhadores com contrato precário são as principais vítimas dos acidentes de trabalho, principalmente por causa da sua insegurança na relação contratual. Recebendo à hora, sem a aplicação dos direitos legais e contratuais, sem o fornecimento de todos os meios de protecção individual e sem a necessária formação sobre segurança, sujeitam-se a todo o tipo de trabalho, com justificado receio de serem despedidos na hora. Os trabalhadores com contrato permanente podem mais livremente alegar falta de segurança individual ou colectiva e exigir a criação de condições para trabalhar. Mas com contrato precário a sujeição ao risco é quase total, resultando daí muitos acidentes.

Resumo: quem for precário e exigir segurança, atrasando os trabalhos, pode ser dispensado num abrir e fechar de olhos.

Que as empresas contratem a recibos verdes por duvidosas dificuldades financeiras ainda se engole. A custo, mas engole-se. Mas quando se chega ao ponto de a empresa não conseguir garantir a segurança básica dos trabalhadores, quer sejam "seus" ou "alheios", algo vai mal. As notícias acabaram com o habitual "causas do acidente estão por apurar, mas foi aberto um inquérito". O verdadeiro mas deveria ser para o facto de a Lisnave nada dizer, de calar a desgraça.